segunda-feira, 21 de maio de 2012


Detesto aquele estado do crescimento dos meus pêlos em que não posso usar saias porque eles já estão com as cabecitas de fora mas não posso ir à depilação porque pronto .. não vou pagar tanto dinheiro por tirar aqueles resquícios de pelagem!  E depois não gosto nada de usar a gilette porque a pele fica seca e não acredito nada naqueles anúncios em que elas aparecem com umas pernas à la photoshop e dizem que é por causa da almofada XPTO da gilete. Enfim ..
Já tentei aquelas bandas no buço mas fiquei com duas manchas que ó meu deus parecia que tinha participado num filme do Rambo. Claro que não vou trajar com os pêlos espetados nas meias. Sim eu sei, estou para aqui a falar nas minhas pernas e a repetir a palavras “pêlos” mais vezes do que é aceitável mas é uma coisa que me irrita bastante. Tenho dito.

sábado, 19 de maio de 2012

O Norte

Não sei bem quem foi o espertalhaço que fez essa brincadeira mas alguém pegou num excerto do Miguel Esteves Cardoso e substituiu "do Norte" por "dos Açores" e agora anda uma imagem a circular no Facebook com esse erro e todas as minhas miguxas açorianas partilham e ficam admiradas por estar tanta coisa boa escrita sobre elas, sem se darem ao trabalho de descobrirem quem foi e se é verdade. Vou pensar duas vezes a partir de agora quando vir alguma publicação de uma citação com um fundo todo larilas.  
Ora bem não me levem a mal, eu adoro os Açores, adoro de morte. Adoro desde os meus 2 anos e já lá vão 19 anos a adorar os Açores e os meus miguxos açorianos. Mas adoro mais a minha terra e claro que gosto de ler e cuidar do que escrevem de bem sobre nós.
Assim que tiver tempo vou pedir ao Miguel que vá aos Açores escrever um texto sobre as minhas miguxas porque alguém muito desesperado por atenção decidiu fazer aquela brincadeira. Podem achar tolice mas fico chateada sempre que vejo aquilo a pairar no mural de alguém. Com tanto poema, canção e texto sobre os Açores vão logo escaranfunchar numa coisa nossa. Olha a minha vida agora..
Aqui fica o texto ORIGINAL e integral do Miguel Esteves Cardoso:


"Primeiro, as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram. Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades.
No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro. Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular.
É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso. As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos.
O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?"

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quando For Grande #1

Quando eu for grande ..


... e tiver uma casa minha hei-de ter daqueles telefones antigos cujo bucal é maior que a minha boca e que agora estão na moda como phones-ambulantes-que-tem-uma-coisinha-que-dá-para-ligar-ao-iPhone


Já há umas boas semanas que não via um filme. Não sou nada dada a comédias românticas ou filmes românticos what so ever mas este captou-me a atenção pelo título e pelos protagonistas. Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal são as figuras centras deste filme em que ela tem a doença de Parkinson e ele é um Casanova moderno que ficou desempregado e descobriu as maravilhas monetárias da indústria farmacêutica! Sim, eu sei o que devem estar a pensar: grande salganhada que para aqui vai!
É um filme leve e apreciável. Não é nenhuma obra cinematográfica brilhante mas põe em evidência a guerra entre empresas farmacêuticas e os lobbys entre os representantes e os médicos. Mas isto é só o pano de fundo  porque a história de cima é um amor bonito, tolerável (sem muitas lamechices e mel à mistura) e não muito usual.


P.S.: Depois deste ataquei o Vicky Cristina Barcelona e estou a adorar. Mas ainda não acabei!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Aí vem ela. Sorrateira e impiedosa. Ela vai atacar com este calor, quando nós estamos mais vulneráveis. Vai tirar os últimos sopros de vida que resistem em nós e vai-se rir na nossa cara. Vai aniquilar os nossos traços femininos e transformar-nos em zombies descabeladas com a depilação por fazer. Vai fazer o tempo passar muito depressa e fazer o nível de depressão subir desmesuradamente. Vai formar sulcos bem grandes por baixo dos nossos olhos sob a forma de olheiras e não há creme milagroso que vá resolver a situação. Vai dar cabo do nosso quarto .. e já mencionei que vai dar cabo de nós também?
Vai ser do caralho! Vai-nos fazer comer um pacote de bolachas por segundo e vai-nos apontar  o dedo assim que as gordurinhas da barriga começarem a aparecer!
Ela aí vem, pronta como sempre para nos dar cabo do sistema ..


... a época de exames!!!!!!!!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Regra geral meto uns certos tipos de livros todos no mesmo saco: "como ser mais sexy e confiante em 10 lições", "como poupar dinheiro", "como ser como aquelas cabras magras da tv que só comem um espinafre por dia" .. enfim! Livros de auto-ajuda e que nos tentem ensinar a viver não são comigo e continuo sem perceber como estão na lista do "must-do" de qualquer personalidade ou pseudo-celebridade e mais intrigante ainda é o facto de eles chegarem a ganhar paletes de dinheiro com isso. Anyway ..
Uma miguxa falou-me de um livro "Porque é que os homens nunca ouvem nada e as mulheres não sabem ler mapas de estradas". Fiquei céptica. Ela leu-me um bocado e explicou-me a essência do livro. Gostei. Comecei a ler.
Basicamente eles tentam demonstrar que aquelas diferenças entre homens e mulheres que deixam a cabeça dos dois em água podem ser explicadas biologicamente. Desmistificam todas as queixas cliché desde "eles não conseguem fazer tudo ao mesmo tempo" até "elas não conseguem estacionar de marcha atrás". Gostei especialmente do início do livro em que os autores salvaguardam qualquer tentativa de acusação de machismo ou sexismo em geral afirmando que os homens e as mulheres são EFECTIVAMENTE DIFERENTES e o que não deve ser desigual são as oportunidades de ambos os sexos demonstrarem o seu potencial. CONCORDO A 100 %. Eu já não concordava muito com os movimentos feministas porque elas insistem naquilo que eu considero ser uma mentira: a igualdade dos sexos. Mas depois de ler este livro gosto ainda menos. Ninguém pode alegar que o Homem e a Mulher são iguais porque vejamos lá amigos, as diferenças estão à vista e se somos assim diferentes é porque algo deve ser diferente a nível neurológico. Não pretendo então dizer que, como existem mais engenheiros e eles aparentam mais facilidades nesta área, a entrada neste curso deva ser interdita às mulheres. NÃO! Quem estender o raciocínio anterior até esta conclusão é tão ou mais extremista que os ditos machistas. Bem, e também é estúpido mas isso são outras águas.
As mulheres têm mais corpo caloso do que os homens. Ou seja, a estrutura responsável pela ligação dos dois hemisférios cerebrais é maior nas mulheres do que nos homens. Sabendo que o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e vice-versa a ligação entre os dois hemisférios é maior o que pode explicar o dom das mulheres em conseguir executar diversas tarefas ao mesmo tempo ee .... dizerem esquerda quando querem dizer direita. Mais ainda, fiquei a saber que existem mais do que um centro responsável pela linguagem na mulher e apenas 1 nos homens. Está explicado a tagarelice feminina e o silêncio masculino. E ainda se me permitem, fica explicado porque é que nós conseguimos recuperar a fala após um enfarte ou uma lesão num dos centros da fala. Porque sendo um afectado ainda existem mais 2 ,salvo erro, que nos permitem a recuperação. Não quero com isto dizer que nos devemos reduzir às áreas em que somos melhores do que eles e deixar o resto para os homens. NÃO! Nada disso. Se gostamos de uma área que socialmente é vista como sendo do domínio masculino devemos ir em frente mas devemos sempre ter presente que o facto e existirem mais homens a executar uma determinada profissão não se deve ao machismo mas sim ao facto de eles efectivamente serem melhores do que nós. O mesmo se aplica ao ensino. Já repararam que a maioria do corpo docente é feminino? E porquê? Porque desde sempre que as mulheres se ocupam das relações interpressoais, dos cuidados e da transferência de ensinamentos. 
Resumido resumidinho, numa era em que a tecnologia é a Kate Middleton não nos devemos esquecer que a natureza e a evolução são a Grace Kelly e a Princesa Diana e tudo o que veio depois disso inspiram-se e dependem delas!
Somos o resultado de milhões de anos de evolução e não caímos neste mundo tal como somos porque alguém se lembrou. Os nossos cérebros evoluíram para os tornar melhores naquilo que as mulheres e os homens faziam na idade da pedra mas tal como a tecnologia não deve ditar a vida, também não devemos ser escravos da natureza!






terça-feira, 8 de maio de 2012



Seráaaaa???
Eu cá sou da opinião que tudo em excesso faz mal, até a água meus amigos, faz mal em excesso. Estima-se que se bebermos um litro de água em menos de um minuto os nossos rins dão o berro! E eu estimo que se formos demasiado bem educados a nossa sanidade dá o berro, da mesma forma que se não soubermos adequar a nossa roupa à ocasião .. bem, nada dá o berro mas fazemos figura de tolos e penso eu de que: não usufruímos bem dos momentos. Gosto de me vestir bem, gosto de me "aprontar" e gosto de saber o que se usa. Gosto também de não ter que me preocupar do que vou vestir quando vou tomar café com os meus amigos, de ir ao baú e tirar uma camisola larga que me põe mais 10 kg em cima e umas calças que metem dó, só pelo puro prazer da descontracção. Quanto à "overeducation" poupem-meee!! Uma boa dose de educação nunca fez mal a ninguém, mais do que isso só nos torna uns bananas sorridentes com vontade de agradar a toda a gente. E isso desculpem-me lá mas, é mais do que cansativo.
Um obrigado e um por favor fazem milagres e são raros hoje em dia. O apanhar algo que caí e devolver ao seu não tão ágil dono até consegue ser fonte de alguma gratificação e orgulho pessoal. O andarmos a gastar energias com pessoas que não nos dizem rigorosamente nada e a sermos politicamente correctos porque "é assim que uma senhora deve agir" é darmos demasiada importância às aparências e ao que os outros pensam de nós. Por vezes não me interessa ficar na mó de cima, interessa-me é ficar na minha mó. 
Não me considero uma pessoa simpática e não tenho problema nenhum com isso. Sim, sei que por vezes sou bruta e à primeira impressão fria mas também tenho bem ciente que sou um autêntico amor de pessoa para os meus miguxos, para a minha família e para a minha cadela! Na minha opinião vivemos hoje muito presos ao que se vê, ao que se capta com a imagem, ao que se mostra e nem sempre o que se mostra é o que nos vai na alma. Vivemos muito à base do aspecto e das palavras feitas. Vamos andando e definindo o nosso círculo de confiança com base naquilo que as pessoas nos vão dizendo e não mostrando "ooooh bexti gostuh tanto de ti, éx windah" "gémea que xe paxa contiguh? eu amuh-te, éx a minha vidah". Vamos e não vou, porque estou a generalizar e não a falar de mim. Assim que eu começar a definir as minhas amizades pelas palavras mansas por favor, ponham-me na ordem! 
Vamos vivendo rodeados por uma cultura de excessos, em que fica bonito parecer e fazer cara. Mas fazer cara para quem? Só tenho uma e vai-me pregando algumas partidas porque nunca consigo esconder o que vai por aqui dentro. O politicamente correcto tem campos de acção: o trabalho e a escola por exemplo. A vida real não foi feita para ser jogada de acordo com as regras da etiqueta. Digo eu não sei, pelo menos a minha não foi. 

domingo, 6 de maio de 2012

Bom Dia

Onde é que eu posso encontrar um chapéu de chuva ... em Maio?? Não sou lá muito fã de guarda-chuva, ou eles é que talvez não sejam grandes fãs meus porque insistem em ficar nos sítios onde vou em vez de voltarem comigo e um chapeuzinho sempre dá para aquela chuva molha-tolos, n ocupa muito espaço e dá aquele ar fofo! Oh Meu Deus, mas onde é que agora eu vou desencantar uma cena dessas??

sábado, 5 de maio de 2012

Eu já não gostava muito da ideia de conduzir com a minha mãe ao lado, tanto que só o fiz 2 vezes! Como se não bastasse agora quero distância da minha tia quando estiver a conduzir. Isto porque ontem, já não pegava eu num carro há um mês, quando ia a fazer um cruzamento fi-lo demasiado devagar e senhor que vinha num JIPÃO em direcção a nós não estava a abrandar e porquê? Porque contava que eu fizesse aquilo mais depressa. O senhor entretanto lá parou e eu prossegui a minha marcha funebre! A questão aqui é que eu sou uma tarela a conduzir e não tenho medo nenhum de pegar num carro porque só com a prática é que uma pessoa lá vai e eu até aceito plenamente que me corrijam desde que não o façam aos gritos claro! 
Resultado: nunca mais conduzo com elas ao lado! Para gritar já bastaram os examinadores (sim porque só à 3ª é que passei) e eu já me recrimino o suficiente por não ser capaz de fazer determinadas coisas devido aos nervos!! LOGO .. acabaram-se as viagens com as cotas!
E amanhã vai ser um dia da mãe muito tenso porque não sei se consigo ultrapassar o facto de ele continuar a falar comigo como se estivesse a falar para as colegas do trabalho.
BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Bater a Porta!

É impressionante o que se pode aprender sobre as nossas camaradas femininas captando o mais leve dos pormenores. O Bater da Porta; aquela atitude que nos remete imediatamente até aos tempos áureos da idade do armário mas ultrapassa a barreira das faixas etárias! O Bater da Porta; um gesto que demonstra a impotência, a frustração e a infantilidade de quem o faz. O Bater da Porta é claramente típico de mulheres caprichosas e que não estão habituadas a ouvir um não nem a serem contrariadas. É típico de quem não pode verbalizar a sua raiva e então decide? BATER A PORTA pois claro!! Acho que nós, mulheres, somos criaturas fantásticas por conseguimos personificar a essência do yo-yo! Tão depressa estamos a dominar o mundo como diminuímos de tamanho e nos reduzimos à infatilidade através do? BATER A PORTA.
Nunca repararam? Ou deverei dizer... Nunca vos aconteceu?
Por aqui eu já tive essa fase mas durou pouco tempo. A queriduxa da mamã punha-se logo a dar um ar da sua autoridade e mandava-me descer as escadas, dava-me um raspanete por ter agredido a porta e lá ia eu com umas beiças monumentais para o quarto outra vez. Mulher Santa. Hoje em dia não bato com as portas nem com o pé (aiiii o bater o pé) e não acho piada nenhuma a quem o faz! Pequeno gesto .. grande interpretação!


Eu dificilmente consigo viver sem a minha cadela linda, já me ia fugir o dedo para "i" .. como já diria a estimada Luce "cadeiiila", mas ela acho que gosta mais do aquecedor do que de mim. Estava toda tapadinha pela sua toalha (dentro de casa estamos bem, lá fora é que parece Fevereiro) e a tremer por todos os cantos e vai-te daí, como dona estremosa que sou, tirei o aquecedor da minha beira e fui -lo ao pé dela. Uns minutinhos para aquecer o pêlo e já está prestes a começar a ressonar tal homem grande!





terça-feira, 1 de maio de 2012

A Morte é Sobrevalorizada!

Agora que já lancei a bomba aqui vai o resto. Eu sei que é uma questão cultural e que possivelmente eu nunca vou ter a força de espírito necessária para celebrar a vida de alguém que me seja especial no dia em que toda a gente estiver de luto e a chorar a milonga com a respectiva morte mas também tenho direito à minha posição sobre o assunto e aqui vai ela.
Antes de eu morrer, e espero que seja daqui a muitas décadas, vou deixar por escrito as minhas intenções para o meu funeral, ou melhor: para a ausência do funeral. Não quero cá missa, nem velório nem flores. Não quero nada. Não quero cá declarações sobre a boa pessoa que eu era porque eu até nem me considero assim tão boa pessoa que justifique tal alarido. Não quero cá pretos e véus e mirones a limpar as lágrimas de crocodilo enquanto reparam quem está, quem não está; quem parece mais abatido quem não parece. Tretas ..
Quando a minha avó partiu tivemos família a sair de todos os buracos no dia do funeral e durante os 10 anos que ela batalhou, com qualidade de vida, o Mr. Cancro contam-se pelos dedos de uma mão as vezes que apareceram. Para quê aparecerem no dia do funeral? Para homenagear? Para marcar ponto? Para nós mais tarde nos lembrarmos que eles vieram? Nos funerais não se marca ponto nem presença e da minha parte só me lembro que eles e outros não apareceram em vida. Se existe mesmo vida para além da morte a minha vovó estava a olhar cá para baixo e a pensar "o que é que estes palhaços fazem aqui AGORA?" e se não existe ela não os viu, não os ouviu, não se riu com eles, não os fez rir, não passaram horas na conversa a reviver momentos passados; não comeram juntos, não beberam juntos. Então para quê aparecer?
Temos que celebrar as pessoas em vida! Temos que arranjar tempo para estar com elas enquanto elas estão vivas e não largar tudo e todos quando recebemos a tal chamada. Para quê? Para quê? Temos que aproveitar cada momento com aqueles que gostamos e não deixar para depois. Sair, conhecer novas pessoas, marcar corridas, cafés, cinemas, passeios, viagens, tudo!! Façam tudo com todos. Não percebem que um dia tudo vai acabar e nem trabalho vão ter para ocupar o vosso tempo porque ... VÃO ESTAR MORTOS? Como é que ninguém percebe isto? Como é que continuam envolvidos na vossa rotina a adiar, a adiar, a adiar como se tivessem todos os dias do mundo para vocês! Enfim, parece-me um bocado imaturo pensar assim.
Não percebo! Uma pessoa morta é mais importante do que uma pessoa viva? Então é por isso que andamos sempre a adiar cafés e a dar justificações como "tenho muito trabalho" ou "tenho que estudar"? Para guardarmos o tempo para quando estivermos mortos!! Só pode ser isso.
Em 100 pessoas que estão num funeral talvez 10 estão lá para a verdadeira "homenagem". O resto foi lá ver como estava o morto, a qualidade do caixão, se as flores eram de plástico ou não, se estavam lá todos os membros da família ou não e por fim dizer a pessoas com quem nunca falaram na vida e que possivelmente desprezam "se precisares de alguma coisa diz". Eu não preciso de nada pah! Mas que hipocrisia dos diabos. E é por isso que eu não quero funeral e é por isso que eu faço sempre os possíveis para estar com toda a gente sempre que posso e condeno muito, mas mesmo muito, todos os meus amigos que não fazem as coisas por falta de tempo. Pronto, é só para avisar que quando eu morrer não vão ter aquele tempo de expiação pelo tempo que não arranjaram para estar comigo. Porque o funeral para esta cultura do preto da treta é isso mesmo: o funeral serve para expiar a culpa de não termos lá estado em vida! E atrevem-se a fazer o luto como forma de ostentação da sua tristeza! Que palhaços meus amigos. Quem sofre, sofre com branco, azul, verde, cor de burro quando foge!
Ontem foi o teu dia e cada uma de nós o lembrou como quis porque não há um dia em que eu não me lembre de ti e não há um dia em que eu me arrependa de não ter ido ao teu funeral porque te celebrei todos os dias que passei contigo em vida, Avó.

Camila da Conceição Araújo de Carvalho, 30.10.1937 - 30.04.2004