quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lá vai passando mais um 25 de Abril! Mais um daqueles dias em que se recorda a Revolução. Eu cá acho que os Portugueses passam muito tempo no passado e pouco tempo a trabalhar. Sim, foi  importante e um dos momentos mais marcantes da nossa história. Só quem viveu na Ditadura é que poderá sentir com mais emoção este dia e quem nasceu depois dela deve aproveitá-lo para se lembrar que o povo é quem mais ordena e que nós podemos realmente mudar através do poder da força colectiva. E acabou aqui a conversa. O resto são só balelas que servem como justificação barata para o estado decadente do país! Vamos parar de viver no passado, vamos parar de viver os descobrimentos e vamos lá deixar de nos imaginarmos como o Salgueiro Maia e vamos trabalhar, vamos produzir e vamos honrar o nosso País. 
Sim, fomos grandes. Sim, descobrimos meio mundo e aventuramo-nos por "mares nunca dantes navegados" mas siiiiiim, também fodemos tudo! Também gastamos o ouro todo em extravagâncias e começámos a viver acima de nível de vida que podíamos sustentar. Também demos mão das nossas obras literárias e deixámos o D. Pedro fugir para o Brasil com elas, para até hoje aí permanecerem. O problema do Português é esse mesmo, gosta de usufruir mas não gosta de trabalhar para obter aquilo que quer. Gosta de dinheiro fácil e trabalho desonesto! O Português, com todos os recursos naturais à sua disposição, importa de Espanha. Em Nova Iorque, no Dean & Deluca Market, vende-se queijo e sardinha portuguesa. Cá, raramente podemos dizer com certeza que a sardinha é tuga. Eu digo com certeza, mas também a mulher que a vende à minha mãe é a mesma há mais de 20 anos. 
O Português trabalha lá fora porque é "fino". Não faz a ponta de um corno cá dentro porque já não vale a pena e "para quê né?"
O Português é um parvalhão que não aproveita aquilo que tem, critica o que os outros fazem mas não ousa sequer em levantar a peida do sofá para fazer melhor. Queixa-se dos engravatados com pastas de cabedal que vieram cá controlar os nossos dinheiros mas continua a cortar o cabelo na hora do serviço. O Português queixa-se que paga muito imposto e muito IVA mas tem lá sempre um amiguinho nas Finanças que o ensina a fugir e não declarar aqui uma coisa e ali outra. O Português queixa-se que a gasolina está cara mas eu só o vejo a andar com o carro da empresa por isso não percebo! Que gasolina ele paga mesmo?
A TMN, a PT, a Vodafone e a Optimus são uma cambada de chulos que vão sempre inventar um "imposto do número de vezes que olhamos para o telemóvel" e então o Português usa o telefone do emprego para tratar das encomendas da Oriflame. É o Estado que paga diz ele.
O Português é multifacetado: consegue prestar um serviço público enquanto acompanha as novidades na sua página do facebook. O Português é um ser fantástico. 
Vá, já restam poucas horas para continuar a reviver a Revolução! Revolução Revolução seria tornar este Português num trabalhador honesto e consciente que não vamos para a frente se não fizermos TODOS por isso. 

1 comentário:

  1. Eu cá aproveitei o dia para estudar para o teste de Dtos. Fundamentais, o que não deixa de ser uma curiosidade. Qualquer dia, digo a alguém que neste dia estive a estudar "história do direito"...
    Bjs*

    ResponderEliminar