terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Se há meio/ecossistema apropriado para observarmos os comportamentos da nossa sociedade, essa ecossistema é a CARRIS! Sim, a Carris. Vemos de tudo: gente rica, gente pobre, educada, inconveniente, do gueto e da vivenda, gente fina e gente casca grossa. Já tenho a minha dose de ocorrências divertidas para contar enquanto estiver à mesa com os amigos mas se há uma que me ficou na memória foi esta que passo aqui e agora a explicar:

Ia uma senhora com a filha no autocarro e à conversa com outra mais velha do que ela. Blá blá blá os meus filhos já estão criados mas não casados, queria tanto blá blá blá assim ainda dou trabalho à minha VELHA! 
Velha?? Suponho que seria a mãe da senhora mas .. VELHA?
Não faço parte do grupo que acha que devemos tratar os pais por você. Aliás, acho ridículo. Para mim você indica distância, afastamento; quando tratamos alguém por você fazêmo-lo porque não temos confiança com ela, porque não somos do mesmo meio que ela (vamos pôr as coisas nestes termos quando falamos por exemplo das relações aluno-professor). Tratar os próprios pais por você é daquelas atitudes que eu não encaixo em lado, classe ou situação alguma. 
Posto isto, também não acho que VELHA seja um nome bonito para a mãe. Mãe é Mãe. Mãe pode ser Mamã, Mã, Mãezinha, Mummy mas velha não! Por uma questão de respeito, carinho e condição. Velha é como quem desdenha, como quem deprecia.
Eu vou gostar de ser velha, de ser considerada velha porque é sinal que cheguei a uma bela idade, que vivi muitos anos e de preferência com muita vida nesses anos mas espero que os meus filhos nunca me achem velha ou se dirijam a mim no autocarro como "A Velha". 

Eu sei, eu sei. Existem 1001 problemas na nossa sociedade e eu vou logo falar numa má escolha de palavras mas incomodou-me. Não sei se é por estar com os nervos à flor da pele por ter saído agora de uma frequência mas acredito que como consequência de muitas palavras que proferimos chegam as atitudes, essas sim muito lamentáveis. 


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